En estos días me rondaban por la cabeza unos párrafos del grandísimo escritor Bahiano Jorge Amado, en su obra Capitães da Areia; releyendo la obra, encontré lo que buscaba en el capítulo "Alastrim":

"Omolu mandou a bexiga negra para a cidade. Mas lá em cima os homens ricos se vacinaram, e Omolu era um deus das florestas da África, não sabia destas coisas de vacina. E a varíola desceu para a cidade dos pobres e botou gente doente, botou negro cheio de chaga em cima da cama. Então vinham os homens da Saúde Pública, metiam os doentes num saco, leva para o lazareto distante. As mulheres ficavam chorando, porque sabiam que eles nunca mais voltariam.
Omolu tinha mandado a bexiga negra para a cidade alta, para a cidade dos ricos. Omolu não sabia da vacina, Omolu era um deus das florestas da África, que podia saber de vacinas e coisas científicas? Mas como a bexiga já estava solta e era a terrível bexiga negra, Omolu teve que deixar que ela descesse para a cidade dos pobres. Já que a soltara, tinha que deixar que ela realizasse sua obra.
Mas como Omolu tinha pena dos seus filhinhos pobres, tirou a força da bexiga negra, virou em alastrim, que é uma bexiga branca e tola, quase um sarampo. Apesar disto, os homens da Saúde Pública vinham e levavam os doentes para o lazareto. Ali as famílias não podiam ir visitá-los, eles não tinham ninguém, só a visita do médico. Morriam sem ninguém saber e quando um conseguia voltar era mirado como um cadáver que houvesse ressuscitado.
Os jornais falavam da epidemia de varíola e da necessidade da vacina. Os candomblés batiam noite e dia, em honra a Omolu, para aplacar a fúria de Omolu. O pai-de-santo Paim, do Alto do Abacaxi, preferido de Omolu, bordou uma toalha branca de seda, com lantejoulas, para oferecer a Omolu e aplacar sua raiva. Mas Omolu não quis, Omolu lutava contra a vacina. Nas casas pobres as mulheres choravam. De medo do alastrim, de medo do lazareto."

[caption id="attachment_2937" align="aligncenter" width="234"] Babalú Ayé- por Xenmate[/caption]

En esta pequeña leyenda con la que introduce el capítulo, nos cuenta la leyenda de cómo Omolu, también conocido como Babalú Ayé manda la bexiga negra una epidemia a la ciudad alta de Bahía, dónde vivían los ricos allá por los principios del siglo XX. Pero Omolu que es un dios de las florestas africanas, no contaba con que los ricos tuviesen vacunas. Una vez desatada la enfermedad Omolu no podía retenerla, tenía que dejarle hacer su trabajo. Y bajó a los barrios más pobres. Omolu, apenado porque la enfermedad también afectaba a sus hijos más pobres, disminuyó el poder de la bexiga negra. Los candombleś se llenaron de ofrendas, para aplacar la rabia de Omolu, pero Omolu luchaba contra la vacuna.  Mientras, en las casas pobres las mujeres lloraban.

Esperemos que Omolu y su nueva bexiga negra, esta vez con un nombre más científico COVID-19, siga queriendo por igual a sus hijas más pobres y disminuya la letalidad en los barrios más míseros de este mundo. Los ricos siempre tendremos buenos sistemas de salud y vacunas preparadas. Esperemos que llegue más debilitado a las casas de los pobres; porque me temo que como pasó en la novela, las vacunas no suelen llegar a los barrios bajos; si en cambio la represión y la violencia.
¡Mucho ánimo!

http://www.youtube.com/watch?v=Qj6KhQfpjOo